As fadas

As origens da imagem das fadas, na cultura ocidental, têm raízes na arte mediterrânea. Estas criaturas aladas do mundo espiritual estão retratadas em antigas tumbas dos etruscos, por volta de 600 a.C. Estes seres eram conhecidos entre os etruscos como espíritos dos campos e florestas, com o nome de Lasa.

Na cultura Celta, a imagem das fadas surgem em suas lendas e mitos. A princípio, acreditava-se que eram almas dos mortos e que podiam possuir um ser humano. Mais tarde foram associadas aos elementais da natureza. A crença de que os mortos aguardam o retorno à vida mortal faz parte das crenças druídicas. Na Irlanda e Escócia, existem câmaras sepulcrais com desenhos de fadas.

Todos os povos da Europa possuem folclore envolvendo seres conhecidos como fadas. Em alguns momentos, são seres bondosos, em outros, criam confusões entre os humanos, podendo prejudicar as pessoas.

Era um hábito antigo, agradecer às fadas a boa sorte. Esta forma de agradecimento acabou-se transformando-se no hábito de bater três vezes na madeira quando alguém fala do bom momento e da boa sorte que se está tendo. Este gesto demonstra reconhecimento, o agradecimento pela graça alcançada.

Segundo a lenda, se isto não era feito, as fadas podiam ocasionar situações embaraçosas e desastrosas para a pessoa. As fadas eram mulheres sobrenaturais. Tinham poder de decisão sobre o destino do homem. Habitavam o mundo humano e o outro mundo, onde reinavam alegria, amor e prazer. Na Gália, as grandes deusas, conhecidas como Matres, descritas também como tríades; Donzela, mãe e anciã, assistiam ao nascimento das crianças e teciam, ou seja, determinavam o seu destino.

Quando o futuro era favorável, acompanhavam sua trajetória, servindo como guardiãs mágicas, zelando pelos seus atos. Daí a ideia de fadas madrinhas. A partir do século XI, a imagem das fadas passou a ser associada às mulheres belas que escolhiam seus amantes entre os mortais. Já no início do século XII, criou-se um novo tipo de mulher sobrenatural, que para seduzir os homens utilizavam-se de magia, filtros mágicos, sensualidade e até mesmo raptos.

A fada amante dominou por muito tempo as histórias e contos da época, escritos por clérigos. Após anos de repressão, as fadas acabaram por resgatar a imagem da deusa, que fora apagada com a instituição do cristianismo. Eram mulheres belas que modelavam o destino do homem, tendo transito pelo mundo dos homens e pelo o outro mundo. Como divindades podiam aparecer na forma humana ou na de animais. As primeiras e mais conhecidas fadas da literatura e mitologia foram Morgana, a Dama do Lago e Viviane, ligadas às lendas e mitologias arthuriana.