A fada Morgana

A fada Morgana foi criada no século XII, independente de suas ligações com as antigas divindades celtas. Da mesma forma que outras figuras femininas da mitologia, ela é o resultado do desejo do homem em dotar mulheres de poderes que poderiam salvá-lo ou destruí-lo. A primeira narrativa em que Morgana teria levado seu irmão Arthur, quase morto, para a ilha das mulheres ou também conhecida como Ilha das maças (Avalon), onde vivia com suas nove irmãs, foi escrito por Geoffroi de Monmounth. Ela cura Arthur e assume nas narrativas bretãs o título de rainha de Avalon. Além de ser a fada que cura, ela passou a ser a fada amante, quando surgem narrativas que sugerem Morgana como amante de Arthur.

A partir do século XIII, Morgana assume um papel de fada má. As narrativas têm Morgana como senhora dos raptos dos melhores cavaleiros de Arthur, na tentativa de desestabilizar seu reino. Eles só poderiam ser libertados por um cavaleiro que nunca tivesse traído alguém e Lancelot é então, aquele que liberta seus companheiros aprisionados.

As histórias revelam ainda muito sobre o amor de Morgana por Lancelot, que só tinha olhos para Guenievre, esposa de Arthur. Apaixonada, por mais que tentasse ter o amor de Lancelot, ela nunca conseguiu conquistá-lo. Em muitos romances, Morgana surge como a fada que persegue os cavaleiros infiéis às suas damas. Ela amava, mas o mesmo dom que tinha para o amor, ela tinha também para o ódio que era traduzido em vingança.

Em algumas obras, outras características são associadas à Morgana: Sensualidade, luxúria e também deslealdade, características pouco recomendadas à mulheres dentro dos conceitos medievais. nesta época, as maiores virtudes femininas eram associadas à castidade. A mulher tinha que ser virgem para ser respeitada.

A fada Morgana, como personagem, possui características duplas e opostas: Ama e Odeia, espalhando o medo, ao mesmo tempo em que dá esperança. Aprisiona os homens, ao mesmo tempo em que os protege.